Eu só sei viver
Quando eu tinha uns 14 anos, uma
das saídas que fazíamos quando éramos jovens – cinema seguido de lanchinho –
uma escolheu beber suco de laranja enquanto todos iam na Coca. Até aí nada demais. O que me
intrigou foi a explicação para algo que na época era usual: “não quero ter
celulite”. Na mesma hora, pensei: ih, neurótica! Tão nova e tão preocupada, se
poupando de viver, mal sabe ela que estresse faz a gente acumular líquido.
E
quantos não foram os arranca-cabelos que geraram umas covinhas no meu bumbum
nos últimos anos?
Minha mãe há uns anos falava aos
quatro ventos, “quero ser uma velhinha fofa, querida e amiga dos meus netos,
daquelas com cabelo branco que deseduca os filhos da minha filha”. Ok, o tempo
passou. E ela? Pinta o cabelo a cada quinze dias. Tricô? Nem pensa. Não saber
nem pregar botão. Mas ainda continua com o sonho de pegar seu netinho no colo.
Eu me pergunto de onde vem esse
medo de envelhecer. Não que eu ache que seja boa. Muuuuito pelo contrário... deve
ser um porre! Imagina as minhas dores na coluna triplicadas? Imagina ser
tratada como criança? Imagina demorar horas para fazer alguma coisa que eu
fazia em meros minutos?
É inevitável. Taí uma coisa que
quero estar viva para ver. Não sei se vou esbanjar saúde, se vou aparentar a
idade que tenho, se vou descobrir novas formas de fazer sexo ou se vou rir das
mesmas coisas. Sei sim que terei muitas histórias para contar. Porque se há uma
coisa que faço bem é viver!
Nenhum comentário:
Postar um comentário